FLANAR
Aprendi essa palavra com Idalina e Cuca, amigos de infância e casal inseparável desde que saíram dela. Assim como os vinhos, as artes, as viagens e Theo, flanar é a cara deles. E se tornou uma das minhas palavras preferidas. f l a n a r . Eu sempre gostei imensamente de andar por aí, sem destino e sem propósito, só me deixando levar. Entrando aqui e ali, descobrindo buracos e passagens secretas e me perdendo, às vezes. Mas não sabia que existia um nome só pra isso.
O melhor de flanar, são as surpresas que sempre surgem no caminho. Acho que elas são atraídas justamente pela ausência de roteiros e expectativas exageradas ou pela atitude aberta e descompromissada própria do ser flanante, que acaba se maravilhando com as menores e mais simples besteiras.
E lá vou eu, flanando pelos arredores do Mercado de São José, num sábado de manhã. Entrando em casa de macumba, enchendo os vendedores de pra quê isso e pra quê aquilo, conhecendo ervas mágicas e muita gente boa. É um labirinto delicioso. Cheio de ruas que levam a ruas que levam a ruas. E, de repente, uma passagem estreita, que é o próprio Beco Diagonal, escondendo outra dimensão e um monte de achados fantásticos.
Flanar pelo centrão da cidade (Cde da Boa Vista, Av. Guararapes e adjacências, incluindo os sebos), pode ser em qualquer dia. Melhor ainda quando dou sorte e esbarro na Casa dos Sucos ( que nunca sei onde fica exatamente). No Poço da Panela, respirando aquele cheirinho que é só de lá e procurando casas mal assombradas. De preferência, com tia Terezinha, sua indefectível yashica automática e a conversa boa garantida (como a pessoa arruma espaço ainda pra acumular tanta informação?). Na Sé de Olinda, domingo à tarde, por do sol com tapioca (único destino certo) e quem sabe, terminando o dia com licor e farrinha.
Nas viagens por aí é verbo obrigatório, mas que não conjuga muito bem com tempos escassos e horários espremidos, por isso tenho horror a tal da excursão. Em São Paulo, flanar é infinitivo infinito mesmo. Posso andar dias e dias seguidos, sem passar duas vezes pelo mesmo lugar. Menção especial à Av. Paulista, quem primeiro me fez baixar a guarda contra essa cidade, à primeira vista tão hostil.
Quanto ao mundo de fora, considerando as poucas terras que conheci, preciso dizer que flanar em Paris é a pura perfeição. A cidade combina com a palavra, tanto quanto a palavra combina com o seu significado. Flanar pelas pontes e margens do Sena à noite, só não é melhor do que seria pelas pontes do Recife (que eu ainda amo, apesar de tudo), se houvesse pelo menos a mesma segurança. Ile de Saint Louis, Quartier Latin, Montmartre - tanta história, tantos cheiros, tantos gostos, aventuras, mercados de flores, frutas vermelhinhas e caranguejos gigantes. Mas vou parar, por que isso é assunto longo, senão acabo emendando outro post.
Só digo uma coisa, pode até significar o mesmo, mas flanar é muito melhor do que andar à toa.
O melhor de flanar, são as surpresas que sempre surgem no caminho. Acho que elas são atraídas justamente pela ausência de roteiros e expectativas exageradas ou pela atitude aberta e descompromissada própria do ser flanante, que acaba se maravilhando com as menores e mais simples besteiras.
E lá vou eu, flanando pelos arredores do Mercado de São José, num sábado de manhã. Entrando em casa de macumba, enchendo os vendedores de pra quê isso e pra quê aquilo, conhecendo ervas mágicas e muita gente boa. É um labirinto delicioso. Cheio de ruas que levam a ruas que levam a ruas. E, de repente, uma passagem estreita, que é o próprio Beco Diagonal, escondendo outra dimensão e um monte de achados fantásticos.
Flanar pelo centrão da cidade (Cde da Boa Vista, Av. Guararapes e adjacências, incluindo os sebos), pode ser em qualquer dia. Melhor ainda quando dou sorte e esbarro na Casa dos Sucos ( que nunca sei onde fica exatamente). No Poço da Panela, respirando aquele cheirinho que é só de lá e procurando casas mal assombradas. De preferência, com tia Terezinha, sua indefectível yashica automática e a conversa boa garantida (como a pessoa arruma espaço ainda pra acumular tanta informação?). Na Sé de Olinda, domingo à tarde, por do sol com tapioca (único destino certo) e quem sabe, terminando o dia com licor e farrinha.
Nas viagens por aí é verbo obrigatório, mas que não conjuga muito bem com tempos escassos e horários espremidos, por isso tenho horror a tal da excursão. Em São Paulo, flanar é infinitivo infinito mesmo. Posso andar dias e dias seguidos, sem passar duas vezes pelo mesmo lugar. Menção especial à Av. Paulista, quem primeiro me fez baixar a guarda contra essa cidade, à primeira vista tão hostil.
Quanto ao mundo de fora, considerando as poucas terras que conheci, preciso dizer que flanar em Paris é a pura perfeição. A cidade combina com a palavra, tanto quanto a palavra combina com o seu significado. Flanar pelas pontes e margens do Sena à noite, só não é melhor do que seria pelas pontes do Recife (que eu ainda amo, apesar de tudo), se houvesse pelo menos a mesma segurança. Ile de Saint Louis, Quartier Latin, Montmartre - tanta história, tantos cheiros, tantos gostos, aventuras, mercados de flores, frutas vermelhinhas e caranguejos gigantes. Mas vou parar, por que isso é assunto longo, senão acabo emendando outro post.
Só digo uma coisa, pode até significar o mesmo, mas flanar é muito melhor do que andar à toa.
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