Ai meu Ovo
Eu precisava muito de uma pessoa com o talento antropológico para observância tanto profunda quanto superficial das condições macho e fêmea do ser humano, e o mais importante, com experiência prática no assunto, que filosofasse sobre essa questão da "Importância do Ovo na vida do homem, enquanto sustentáculo para o equilíbrio da sua dimensão emocional". Assim eu teria mais sustança para falar da falta que o Ovo faz na mulher, já que eu nunca tive e nunca vou saber o que é ter um de fato (ou melhor, dois).
O que eu sei é que H, e outros muitos espécimes machos do meu convívio social, vivem com isso de Ai meu Ovo. E tem aquele mantra Aimeuovoaimeuovoaimeuovo, muito usado também (a entonação de quem tá morrendo e sofrendo muito com uma dor lancinante no Ovo é imprescindível). Veja então que o estresse, os sapos engolidos, a encheção que a pessoa macho sofre, tudo isso não fica acumulando no cérebro, no coração, ou fazendo um bolo na garganta. Mas vai ser processado diretamente no Ovo (é no singular mesmo, por que sempre um deles tem que ficar encarregado da perpetuação da espécie).
Aí na pessoa fêmea, pra onde vai tudo isso? A gente pode até dizer também Ai meu ovo, pra efeito psicológico. E isso pode até ajudar um pouquinho, mas não adianta de verdade, por que a pessoa nunca sentiu, de fato, a dor no Ovo. Biologicamente, no Ovo at all (não, Ai meu ovário não adianta). Pra gente, só resta a TPM, esses dias em que explosões emocionais e ataques neuróticos, se não compreendidos, pelo menos são aceitos socialmente (meio a pulso é verdade, por que no fundo eles acham que é tudo desculpa pra gente ser mulherzinha full power).
E tome teoria disso e daquilo pra explicar as diferenças comportamentais entre os bichos humanos machos e as fêmeas. Que os homens são de Marte e as mulheres tralálá, que as mulheres amam e os homens fazem num sei o quê, que a mulher é emocional assim e o homem é racional assado, que é tudo por causa das diferenças no cérebro e lá vai.
É nada. É tudo culpa do Ovo mesmo. Ou da falta dele.
O que eu sei é que H, e outros muitos espécimes machos do meu convívio social, vivem com isso de Ai meu Ovo. E tem aquele mantra Aimeuovoaimeuovoaimeuovo, muito usado também (a entonação de quem tá morrendo e sofrendo muito com uma dor lancinante no Ovo é imprescindível). Veja então que o estresse, os sapos engolidos, a encheção que a pessoa macho sofre, tudo isso não fica acumulando no cérebro, no coração, ou fazendo um bolo na garganta. Mas vai ser processado diretamente no Ovo (é no singular mesmo, por que sempre um deles tem que ficar encarregado da perpetuação da espécie).
Aí na pessoa fêmea, pra onde vai tudo isso? A gente pode até dizer também Ai meu ovo, pra efeito psicológico. E isso pode até ajudar um pouquinho, mas não adianta de verdade, por que a pessoa nunca sentiu, de fato, a dor no Ovo. Biologicamente, no Ovo at all (não, Ai meu ovário não adianta). Pra gente, só resta a TPM, esses dias em que explosões emocionais e ataques neuróticos, se não compreendidos, pelo menos são aceitos socialmente (meio a pulso é verdade, por que no fundo eles acham que é tudo desculpa pra gente ser mulherzinha full power).
E tome teoria disso e daquilo pra explicar as diferenças comportamentais entre os bichos humanos machos e as fêmeas. Que os homens são de Marte e as mulheres tralálá, que as mulheres amam e os homens fazem num sei o quê, que a mulher é emocional assim e o homem é racional assado, que é tudo por causa das diferenças no cérebro e lá vai.
É nada. É tudo culpa do Ovo mesmo. Ou da falta dele.